O especialista do Programa Nacional de Controle a ITS-HIV/SIDA, no Ministério da Saúde, Dr. Fernando Boene defendeu a necessidade de um trabalho colectivo e um maior comprometimento por parte da sociedade para fortalecer o controle da pandemia do HIV em Moçambique. Segundo o orador é fundamental que todos tenham consciência sobre a importância da testagem e da informação adequada para uma resposta eficaz.
"Partindo do princípio de que o conhecimento é poder, se nos fizéssemos a testagem e estivéssemos informados, tomaríamos as melhores decisões, tanto para a prevenção como para o tratamento. Por isso, é essencial que todos, sobretudo os jovens, procurem fazer o teste " afirmou.
Recordou que no início da epidemia do HIV, apenas o Hospital Central de Maputo é que fornecia testagem para a doença. Actualmente, cerca de 95% das unidades sanitáriasdo país oferecem testagem e tratamento, o que representa um avanço significativo e permite o acesso desses serviços em praticamente todo país.
O orador sublinhou que o HIV/SIDA continua sendo uma prioridade global e, também, nacional. Em Moçambique, cerca de 44 mil pessoas morreram em 2024 por HIV/SIDA, dados que segundo o especialista, devem motivar uma maior reflexão. Um dos principais desafios é a necessidade de todas as pessoas que vivem com HIV fazerem o tratamento para a redução da carga viral e, consequentemente, o controle das novas infeções.
Dados recentes indicam que cerca de 2.4 milhões de moçambicanos vivem com HIV, o que torna Moçambique o segundo país da África Austral com o maior número de infeções depois da África do Sul.
O Orador falava recentemente, no campus principal, durante uma palestra intitulada “HIV em Moçambique: avanços, desafios e papel das universidades no diagnóstico e tratamento". Evento organizado pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane (FLCS).
O evento que juntou docentes e estudantes de diferentes cursos lecionados pela FLCS, contou, també,m com uma feira de saúde onde foram disponibilizados vários serviços, tais como: aconselhamento e testagem para o HIV; distribuição de autoteste, sensibilização para a PREP e rastreio da Tuberculose.