O sociólogo e docente da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane (FLCS), Prof. Doutor Carlos Cuinhane, alertou na passada segunda-feira (25/08), no campus principal, que as estratégias da prevenção vertical do HIV/SIDA em Moçambique falham em mudar o comportamento ou normas socialmente praticadas sobre a saúde sexual reprodutiva, o que contribui para o aumento da taxa de infeção.
"Temos visto várias campanhas sobre a saúde sexual reprodutiva, mas o índice de infeções continua a crescer. Moçambique ocupa a segunda posição entre os países com mais casos e as normas socialmente praticadas não refletem as recomendações do Ministério da Saúde," alertou.
O sociólogo falava durante uma palestra intitulada: "Influência dos determinantes sociais da saúde na mudança social da saúde sexual e reprodutiva entre as pessoas que vivem com o HIV/SIDA na província de Maputo"
Segundo o investigador, embora haja avanços em práticas como adesão em consultas pré-natais, partos institucionais e consultas pós-parto, a saúde sexual reprodutiva das mulheres que vivem com o HIV continua a ser fortemente orientada e gerida na base de normas socioculturais.
Para ele, os determinantes sociais da saúde que influenciam o cumprimento ou o não cumprimento às normas biomédicas surgem e se reforçam em dois espaços sociais: o hospital e o ambiente familiar.
A palestra que juntou estudantes de diferentes cursos ministrados da FLCS insere-se no ciclo de palestras de divulgação dos resultados de investigação na FLCS.